Ipea não é o primeiro caso de patrulha
Por Carlos Marchi, no Estadão de hoje:
"O afastamento de quatro economistas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) desalinhados com os conceitos econômicos do governo não foi um caso isolado. Recentemente, dois outros episódios estão sendo listados pela comunidade acadêmica como ações para brecar o financiamento de trabalhos científicos por áreas que pensam diferente do governo.
Num deles, a Petrobrás e o Itamaraty cortaram a verba que mantinha o Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Oxford; noutro, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação, cortou o financiamento do programa de formação de quadros profissionais do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), que foi fundado, entre outros, pelo sociólogo Fernando Henrique Cardoso.O programa do Cebrap existia graças a um convênio especial com a Capes, assinado em 2002, que não atendia a todas as exigências da concessão de bolsas, fornecidas para mestrados e doutorados strictu-sensu. Todos colaboraram, à época, para manter o “jeitinho” que permitiu o convênio, porque a formação tinha alta qualidade. “O programa sempre esteve fora do esquema da Capes”, admite o professor José Arthur Gianotti, que coordenava os cursos.
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“O que está havendo é uma caça às bruxas ideológica”, denunciou o geógrafo Demétrio Magnoli, da USP. Ele disse que o ambiente de pesquisas deve, necessariamente, brindar a diversidade de idéias: “No Brasil, felizmente, sempre foi assim. Mudou agora.” O historiador José de Souza Martins, da USP, afirmou que “é difícil afirmar que os casos acontecidos recentemente configurem uma política do governo para unificar o pensamento nas instituições”. Mas arrematou: “E é mais difícil ainda não desconfiar disso.”
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Enquanto se persegue as pessoas que discordam do governo, premia-se qualquer porcaria que faca panfletagem de esquerda, o ganhador do premio Jabuti foi o livro "Latinoamericana - Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe" de Emir Sader entre outros. Assim como todos os livros de historia e geografia que se produzem atualmente no brasil, tal livro não passa de um panfleto grosseiro da ideologia de esquerda.
Salvo por um ou outro valente, a área de humanas no brasil foi dominada pelo pensamento único. Da prova de geografia da quarta série, até a tese de doutorado na USP, basta vc falar as obviedades de sempre para ser premiado. Se você discorda do pensamento único, são feitas acusações abstratas da qual não é possível se defender: "É de direita", "É reacionário", seja lá o que isso significa.
O primeiro passo para uma ditadura eh o patrulhamento ideológico.
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