sábado, julho 31, 2010

Review da D5000

Achei no Blog  DIFFERENT THINKER um bom review da D5000:

http://marioav.blogspot.com/2010/04/50-dias-com-nikon-d5000.html

Na minha opnião a D5000 é a melhor DSLR entry level no mercado, pois possui o mesmo sensor CMOS de 12 MPixels das Nikons mais caras (A D3000 que é mais barata utiliza o sensor antigo CCD de 10 MPixels).

sexta-feira, julho 30, 2010

Só é preciso um escroque para gerar um massacre

A caça as bruxas foi principalmente a obra de um homem, Heinrich Kramer. O escroque tentou iniciar uma perseguição à Bruxas na região de Tyrol na Autria. O bispo local expulsou Kramer como sendo um homem louco e senil. Após a expulsão ele conseguiu uma bula papal reconhendo a existência de Bruxas (Summis desiderantes affectibus). Não satisfeito com o tom da bula, Kramer escreve um tratado sobre bruxaria chamado Malleus Maleficarum (Martelo das Bruxas). Para poder divulgar o livre Heinrich consegue (ou forja) uma aprovação da Universidade de Cologne. 


Rapidamente as idéias contidas no livro se espalham pela Europa e até pelos Estados Unidos criando um pânico e a conhecida caça as Bruxas. Nada como um idiotinha com sérios problemas de personalidade para gerar a morte de 40 à 60 mil mortes.

O presidente que exige uma mulher no Planalto nega socorro à mulher condenada à morte por apedrejamento

Até na morte por apedrejamento o Irã consegue ser mais brutal com as mulheres. Os homens, enterrados até a cintura, ficam com os braços livres para proteger o rosto. Nem isso será permitido a Sakineh Mohammadi Ashtiani, viúva de 43 anos, já punida com 99 chibatadas e agora à espera do ritual instituído em 1983 pela revolução dos aiatolás. O Código Penal determina que as mulheres sejam enterradas até a altura do busto, com as mãos amarradas por cordas e o corpo envolvido por um tecido.

Não podem sequer defender-se das pedras atiradas a curta distância sob o olhar da multidão reunida na praça. O grupo de executores, liderado pelo juiz que assinou a sentença, inclui os jurados que aprovaram a condenação, parentes da vítima, e figurões da comunidade e voluntários anônimos. Todos são homens: no Irã, mulheres não apedrejam; só podem ser apedrejadas. Para que a plateia não se frustre com mortes rápidas, as pedras que circundam o alvo são pequenas. O juiz atira a primeira. A agonia que se encerra com o traumatismo craniano não dura menos que uma hora.

Tanto pelo espetáculo da perversidade primitiva quanto pela ausência de motivos para a condenação, o caso de Sakineh provocou uma intensa mobilização na internet. Como em quase todos os países, multidões de brasileiros tentam impedir a consumação da brutalidade. Alguém teve a ideia de lançar a campanha “Liga, Lula”, inspirada na convicção de que Mahmoud Ahmadinejad não se negaria a atender a um pedido de clemência formulado pelo amigo brasileiro.

Lula também acha que ouviria um sim. Mas não vai ligar. Caso ligasse, não iria além de reparos em tom amistoso ao método escolhido para o assassinato. “Eu, sinceramente, não acho que nenhuma mulher deveria ser apedrejada por conta de… ter, sabe, traição”, gaguejou nesta quarta-feira. Adultério – ou “traição”, prefere Lula – não chega a ser um crime hediondo. Estariam de bom tamanho a cadeira elétrica, uma injeção letal, a câmara de gás, até mesmo a forca. Matar a pedradas pode parecer exagero, diria na conversa telefônica.

Mas a conversa não haverá, sublinhou a continuação da discurseira. “Um presidente da República não pode ficar na internet atendendo tudo que alguém pede de outro país”, justificou-se. “Veja, eu pedi pela francesa e pelos americanos que estão lá, pedi para a Indonésia por um brasileiro, pedi para a Síria por quatro. É preciso cuidado, porque as pessoas têm leis, as pessoas têm regras, as pessoas, sabe… Se começam a desobedecer as leis deles para atender o pedido de presidentes, vira uma avacalhação”.

Avacalhar significa desmoralizar, ridicularizar, tratar desleixadamente, não levar a sério. Não combina com a história de Sakineh. Mas a expressão usada pelo campeão da vulgaridade se ajusta admiravelmente ao próprio governo: é uma avacalhação. O verbo é conjugado o tempo todo há sete anos e meio.E frequenta com especial assiduidade o palavrório dos condutores da política externa.

Lula se desmoraliza ao tratar como problema político uma causa humanitária. Para defender o parceiro, age como ajudante de carrasco. Não pode ser levado a sério alguém incapaz de compreender que os direitos humanos prevalecem sobre todas as leis ou regras. Lula encara dramas com desleixo e participa de chanchadas com muita aplicação. É ridícula, enfim, a argumentação invocada para mascarar a verdade escancarada: para recusar ou endossar pedidos, para estuprar ou tratar respeitosamente normas legais, Lula compõe um hino à avacalhação. O que importa é a conveniência eleitoreira, o parentesco ideológico, a cumplicidade mafiosa.

Fidel Castro, por exemplo, emplacou três pedidos em três anos. Foi para atender ao ditador-de-adidas que o presidente autorizou a deportação dos pugilistas Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara, fez que não leu a carta da blogueira Yoani Sanchez e acusou o preso político Orlando Zapata de se se deixar morrer no 85° dia da greve de fome. Hugo Chávez emplaca todos, até os que chegam ao som da lira do delírio. Foi para agradar ao bolívar-de-hospício, por exemplo, que Lula violentou as leis de Honduras e transformou em pensão a embaixada brasileira. É para ajudar o comparsa venezuelano que hostiliza o governo colombiano e afaga as FARC.

Para eleger Dilma Rousseff, virou colecionador de crimes eleitorais. Para fechar negócio com José Sarney, transformou-o em homem incomum. Para chegar à presidência, exigiu que os corruptos fossem justiçados. Para consolidar-se no poder, promoveu-os a amigos de infância. No momento em que se recusou a estender a mão a Sakineh, em respeito às leis do Irã, estava ajudando Hugo Chávez a desrespeitar as leis da Colômbia. Enquanto adulava os narcoterroristas das FARC, o ministro Celso Amorim tentava estuprar a legislação israelense que proíbe a entrada na Faixa de Gaza de autoridades estrangeiras que podem ser utilizadas pelo Hamas como peças de propaganda.

Lula acha que uma brasileira merece a Presidência sobretudo por ser mulher. Mas não acha que merece misericórdia uma iraniana que só foi condenada à morte por apedrejamento porque é mulher. Lula anda chorando quando lembra que a longa temporada no poder está chegando ao fim. Não se comove com a iraniana angustiada com a aproximação do fim terrível. O candidato sem chances ao Nobel da Paz nem sabe o que é um humanista. Desde sempre fez a opção preferencial pelos pastores da violência. Dilma Rousseff acha que todas as mulheres devem apoiá-la porque é mulher. Não deu um pio sobre a saga da iraniana que vai morrer por ser mulher. Lula só pensa em Lula. Dilma não consegue pensar.

Como Sakineh, o Brasil merece e precisa ser salvo. A mulher iraniana depende da solidariedade internacional para livrar-se do horror. O país só depende da sensatez dos brasileiros.

Fonte: Blog do Augusto Nunes

quinta-feira, julho 29, 2010

Sem limite para o absurdo

“Um presidente da República não pode ficar na internet atendendo a todo pedido que alguém pede de outro país. É preciso tomar muito cuidado porque as pessoas têm leis, as pessoas têm regras, as pessoas, sabe, se começarem a desobedecer as leis deles para atender o pedido de presidentes, daqui a pouco vira uma avacalhação”.

Comentário do Augusto Nunes:

Lula, sobre o caso da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento por suposto adultério, explicando que a defesa constante dos direitos humanos é uma avacalhação e deixando muito claro que não vai tomar o tempo de um canalha companheiro como Ahmadinejad para interferir em favor de uma mulher que não vota no Brasil.

sexta-feira, julho 16, 2010

"Estamos desterrados, essa é a realidade", diz preso cubano

Texto de Maite Rico publicado no El País e traduzido por Luiz Roberto Mendes Gonçalves:

"Não poderiam tê-los levado mais longe?", critica Blanca Reyes, representante das Damas de Branco na Europa, ao entrar no albergue onde estão hospedados os primeiros sete presos libertados pelo governo cubano. O lugar é realmente desolador: um polígono industrial nos confins do bairro madrilenho de Vallecas, juntou de uma descampado seco.

Mas os dissidentes não reparam nisso: há 72 horas estavam em uma prisão castrista. Uma dessas prisões vedadas aos observadores internacionais, nas quais acumularam um histórico de horrores desde que foram detidos na Primavera Negra de 2003. "São estruturas desumanas, e lhe digo como jornalista, não como preso", afirma Ricardo González, 60 anos, correspondente da Repórteres Sem Fronteiras na ilha. "Superlotação, goteiras de esgoto, celas onde os internos defecam em um buraco, no mesmo lugar onde dormem..."

Isso é o normal para todos presos. Mas para o grupo daquele 75 jornalistas e ativistas humanitários, que foram condenados a penas de até 28 anos, o governo aplicou o regime "de maior severidade", isolando-os em celas de castigo. Ricardo González passou três meses com a luz acesa durante 24 horas. Em troca, Léster González, 33, foi confinado em um cubículo de 1,80 metro sem luz. "De segunda a sexta-feira me tiravam um pouquinho por dia, para pegar sol", explica.

Os dissidentes foram colocados nas prisões mais distantes de suas cidades. "Recebíamos uma visita a cada três meses. E as visitas conjugais, duas vezes por ano", explica Ricardo, encerrado a 533 quilômetros de Havana. Quer dizer, uma tortura tanto para os presos como para suas famílias, que tinham de se viajar em um país onde o acesso ao transporte é uma agonia.

"O objetivo era romper os casais. Mas em vez de nos abandonar nossas mulheres se unem e surgem as Damas de Branco", acrescenta Ricardo. Junto dele está Alida, sua companheira. "Ela tem nacionalidade espanhola e queria sair de Cuba antes que me detivessem. Estando preso, lhe dei permissão para sair." "Mas eu não podia deixá-lo na prisão", explica a mulher, que foi demitida do banco onde trabalhava e tinha de viver das ajudas dos parentes no estrangeiro, "pedindo emprestado, acumulando dívidas". "O que mais me preocupava era lhe levar a sacola de comida para quatro meses, com o que pudesse conseguir", diz Alida. Nada evidente, dada a escassez crônica de alimentos que sofre Cuba, mas qualquer coisa melhor que "o picadinho de soja e peixe moído com tripas" da dieta carcerária.

A pressão internacional obrigou as autoridades a suavizar as condições dos dissidentes, que foram detidos com presos comuns. "Alguns se comportavam bem, mas outros tornavam nossa vida impossível, em conivência com os guardas", conta Léster, cujo olhar denota uma profunda inquietação. "Estou com medo. Não consegui dormir. Há momentos em que penso que isto é um sonho e que tenho de voltar à prisão. Estou muito abalado psicologicamente", reconhece. Sua mãe, Mireya, professora primária, não se separa dele.

Em sua cela de 83 metros quadrados, povoada por 66 detidos, alguns dos quais dormiam no chão, Pablo Pacheco, 40 anos, foi escrevendo junto com outros dois dissidentes uma rosa dos ventos do submundo que conseguiu vazar para o exterior e que saiu em um blog, "Voces tras las rejas" [Vozes atrás das grades]. Os presos políticos cubanos pelo menos contam com o apoio das organizações de direitos humanos. Mas ninguém cuida dos presos comuns. Pacheco lembra suicídios e autolesões para reclamar remédios ou para fugir das surras. Um dia alguém se furava um olho. Outro dia alguém engolia ácido...

As sequelas físicas mais evidentes são as de José Luis García Paneque, a quem uma infecção parasitária e a desnutrição fizeram perder 40 quilos. As autoridades se enfureceram com esse cirurgião especializado em queimados, lúcido e combativo, condenado a 24 anos por dirigir uma agência de imprensa independente. Nem sequer em seu estado se livrou dos golpes de alguns presos, instigados pela segurança cubana. Apesar de tudo, García Paneque demonstra uma integridade impressionante. Em troca, quem pior resistiu ao cativeiro, explicam os dissidentes, é o economista Antonio Villarreal. Na quarta-feira não saiu de seu quarto. "Está muito mal. O quebraram psicologicamente."

Antes de mandá-lo para a Espanha, o regime os transferiu para um hospital de presos em Havana. "Deram-nos frango para comer e tínhamos ar-condicionado. Como se pudessem em três dias limpar os sete anos em que não fomos pessoas", comenta Ricardo González. Também lhes entregaram uma calça, uma camisa e uma gravata (que ninguém usa em Cuba) para que passassem boa imagem. "Estamos desterrados, essa é a realidade", acrescenta Ricardo. Mas veem claramente: continuarão lutando "pelos que ficaram para trás". A ditadura castrista usou os presos de consciência como moeda de troca desde 1962, sem que tenha havido abertura política. "Devemos fazer que desta vez seja diferente. Se querem nos usar como isca, temos de puxar a vara e fazer o pescador cair. Não haverá nada que comemorar enquanto não houver democracia em Cuba."

segunda-feira, julho 12, 2010

A escolha de Serra

Abaixo está um texto do Demétrio Magnoli publicado no Estadão. É bom ver que a USP ainda forma pessoas com capacidade de fazer análises ao invés de somente repetir palavras de ordem.

"José Serra quase desistiu de disputar a eleição presidencial no fim de janeiro. Haveria motivos para a desistência. O País cresce à taxa de 6% e o consumo explode, sob o influxo do real valorizado e do ingresso de capitais de curto prazo, num cenário de déficit na conta corrente que será sustentado durante o ciclo eleitoral. Dilma Rousseff é a candidata de Lula, do núcleo do setor financeiro, dos maiores grupos empresariais e da elite de neopelegos sindicais. A decisão de seguir em frente revela a coragem política do governador paulista. Contudo, contraditoriamente, sua estratégia de campanha reflete a sagacidade convencional dos marqueteiros, não o compromisso ousado de um estadista que rema contra a maré em circunstâncias excepcionais.

Marqueteiros leem pesquisas como seminaristas leem a Bíblia. Do alto de seu literalismo fetichista, disseram a Serra que confrontar Lula equivale a derrota certa. Então, o governador resolveu comparar sua biografia à da candidata palaciana. Mas Dilma não existe, exceto como metáfora, o que anula a estratégia serrista. "Vai ficar um vazio nessa cédula e, para que esse vazio seja preenchido, eu mudei de nome e vou colocar Dilma lá na cédula", explicou Lula, cuja estratégia não é definida por marqueteiros. O pseudônimo circunstancial de Lula representa uma política, que é o lulismo. A candidatura de Serra só tem sentido se ele diverge dessa política.

O lulismo não é a política macroeconômica do governo, tomada de empréstimo de FHC, mas uma concepção sobre o Estado. A sua vinheta de propaganda, divulgada com dinheiro público pelo marketing oficial, diz que o Brasil é "um país de todos". Eis a mentira a ser exposta. O Estado lulista é um conglomerado de interesses privados. Nele se acomodam a elite patrimonialista tradicional, a nova elite política petista, grandes empresas associadas aos fundos de pensão, centrais sindicais chapa-branca e movimentos sociais financiados pelo governo.

O Brasil não é "de todos", mas de alguns: as máfias que colonizam o aparelho de Estado por meio de indicações políticas para mais de 600 mil cargos de confiança em todos os níveis de governo. Num "país de todos", a administração pública é conduzida por uma burocracia profissional. O Brasil do lulismo, no qual José Sarney adquiriu o estatuto de "homem incomum", não fará uma reforma do Estado. Estaria Serra disposto a erguer essa bandeira, afrontando o patrimonialismo entranhado em sua própria base política?

O Brasil não é "de todos", mas de alguns: Eike Batista, o sócio do BNDES, "o melhor banco de fomento do mundo", nas suas palavras, do qual recebeu um presente de R$ 70 milhões numa operação escabrosa no mercado acionário. Também é o país dos controladores da Oi, que erguem um semimonopólio a partir de privilégios concedidos pelo governo, inclusive uma providencial alteração anticompetitiva na Lei Geral de Telecomunicações, e se preparam para formar uma parceria com a Telebrás no sistema de banda larga. O lulismo orienta-se na direção de um capitalismo de Estado no qual o BNDES, as estatais e os fundos de pensão transferem recursos públicos para empresários que orbitam ao redor do poder. Teria Serra a coragem de criticar o modelo em gestação, inscrevendo na sua plataforma a separação entre o interesse público e os interesses privados?

O Brasil não é "de todos", mas de alguns: a nova burocracia sindical, cuja influência não depende do apoio dos trabalhadores, mas do imposto compulsório de origem varguista, repaginado pelo lulismo. Ousaria Serra defender a adoção da Convenção 87 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), declarando guerra ao neopeleguismo e retomando a palavra de ordem da liberdade sindical que um dia pertenceu ao PT e à CUT?

Num "país de todos", o sigilo bancário e o fiscal só podem ser quebrados por decisão judicial. No Brasil do lulismo, como atestam os casos de Francenildo Costa e Eduardo Jorge Caldas, eles valem menos que as conveniências de um poder inclinado a operar pela chantagem. Num "país de todos", a cidadania é um contrato apoiado no princípio da igualdade perante a lei. No Brasil do lulismo, os indivíduos ganham rótulos raciais oficiais, que regulam o exercício de direitos e traçam fronteiras sociais intransponíveis. Num "país de todos", a política externa subordina-se a valores consagrados na Constituição, como a promoção dos direitos humanos. No Brasil do lulismo, a palavra constitucional verga-se diante de ideologias propensas à celebração de ditaduras enroladas nos trapos de um visceral antiamericanismo. Estaria Serra disposto a falar de democracia, liberdade e igualdade, distinguindo-se do lulismo no campo estratégico dos valores fundamentais?

O lulismo é uma doutrina conservadora que veste uma fantasia de esquerda. Sob Lula, expandiram-se como nunca os programas de transferência direta de renda, que produzem evidentes dividendos eleitorais, mas pouco se fez nas esferas da educação, da saúde e da segurança pública. No país de alguns, os pobres não têm direito a escolas públicas e hospitais de qualidade ou à proteção do Estado diante do crime organizado. Teria Serra o desassombro de deixar ao relento os Eikes Batistas do mundo, comprometendo-se com um ambicioso plano de metas destinado a universalizar os direitos sociais?

Há um subtexto na decisão de Serra de comparar biografias. Ele está dizendo que existe um consenso político básico, cabendo aos eleitores a tarefa de definir o nome do gerente desse consenso nacional. É uma falsa mensagem, que Lula se encarrega de desmascarar todos os dias. Os brasileiros votarão num plebiscito sobre o lulismo. Se Serra não entender isso, perderá as eleições e deixará a cena como um político comum, impróprio para circunstâncias excepcionais. Mas ele ainda tem a oportunidade de escolher o caminho do estadista e perder as eleições falando de política. Nesse caso -- e só nesse! -- pode até mesmo triunfar nas urnas.

SOCIÓLOGO E DOUTOR EM GEOGRAFIA HUMANA PELA USP. E-MAIL: DEMETRIO.MAGNOLI@TERRA.COM.BR "