terça-feira, novembro 24, 2009

Arquitetura Mexicana

A arquitetura mexicana é bem interessante, além dos elementos tradicionais da arquitetura colonial espanhola ainda serem bastante utilizados, existe uma arquitetura moderna inspirada nas obras Aztecas que pode ser chamada de "Monumental", com prédios formadas por enormes blocos e paredes gigantescas. Acho que o terminal 2 do aeroporto entre nessa categoria e o instituto que eu estou visitando também. O primeiro prédio é formado por dois blocos, um perpendicular ao outro, o bloco de baixo fica embutido no morro e possui uma parede branca de vidro, a porta é quase invisível, somente indicada por uma plaquinha. Dentro a estrutura é de concreto e aço mas sem deixar de ser aconchegante. O segundo prédio é formado por três retângulos de concreto, com os lados menores cobertos de vidro, os blocos estão empilhados e um pouco desalinhados entre si em um dos eixos.

O Niemayer está muito velho, acho pobre o uso exclusivo do concreto nos prédios dele é muito datado, é possível  fazer uma arquitetura moderna utilizando também vidro e aço. Me questiono também sobre a originalidade das peças dele, apesar do ufanismo nacional acho que ele não é tão original assim.

segunda-feira, novembro 23, 2009

Cidade do México

Vim pela AirMexico, gostei bastante, serviço de bordo melhor que da American Airlines, comi ravioles de queijo muito gostosos, serviram até um pouco de vinho.  O aeroporto é bem legal, uma estrutura quadrada de concreto vazado com furos redondos do tamanho de um prato de sobremesa. Eu desci no terminal 2, que segundo o motorista que me pegou é o mais novo e menos bonito dos dois, mas de qualquer forma deixa Guarulhos no chinelo. A area de imigração é bem grande, mas faltou um funcionário na hora que o vôo chegou para organizar a fila, isso só aconteceu uns 20 minutos depois, quando já estava tudo muvucado.

Saindo do aeroporto pegamos uma via expressa que passava por da baixo da linha de metrô. Ao lado da via haviam casas feias e pobres de alvenaria, ou seja, o padrão para a America Latina. Em relação ao Brasil vê-se mais empresas americanas na área de serviços, vê-se também muitos prédios modernos e bonitos. Tive a impressão que o México é uma América Latina mais americanizada, no bom sentido, tive a impressão que uma parte da eficiência americana está se incorporando a sociedade mexicana. Ah, que pena que a ALCA foi dinamitada pelos nosso retardados de esquerda.

Aquela tomada com dois pinos redondos já era uma porcaria, a nova tomada de três pinos redondos é mais uma jabuticaba que a nossa nobreza sindical inventou. Acabei de sair para comprar um adaptador de tomada para usar o notebook, ainda bem que ele ainda não usa a nova tomada dos infernos. Fui até uma lojinha de material elétrico, que bom que consegui me comunicar com o dono da loja, o adaptador custou 10 pesos, que é da ordem de valor de 1 dólar.

domingo, novembro 22, 2009

O Judaísmo não é mais o mesmo

Havia um cara no saguão do aeroporto com uma Estrela de Davi tatuada no braço. Acho que ele não era judeu, pois se fosse, saberia o que uma tatuagem de Estrela de Davi no braço significa.

No mesmo saguão eu vi um judeu ortodoxo com uns cachinhos parecidos com dreadlocks, era um judeu ortodoxo rastafari!!! Será que ele ouvia reggae hebraico?

quarta-feira, novembro 18, 2009

A Morte da Menina

Segue abaixo o trecho que descreve o assassinado de Elvira Cupelo Colônio a mando do infame Carlos Prestes:

Desde menina, Elvira Cupelo Colônio acostumara-se a ver, em sua casa, os numerosos amigos de seu irmão, Luiz Cupelo Colônio. Nas reuniões de comunistas, fascinava-se com os discursos e com a linguagem complexa daqueles que se diziam ser a salvação do Brasil. Em especial, admirava aquele que parecia ser o chefe e que, de vez em quando, lançava-lhe olhares gulosos, devorando o seu corpo adolescente. Era o próprio Secretário-Geral do Partido Comunista do Brasil (PCB), Antonio Maciel Bonfim, o “Miranda”.


Em 1934, então com 16 anos, Elvira Cupelo tornou-se a amante de “Miranda” e passou a ser conhecida, no Partido, como “Elza Fernandes” ou, simplesmente, como a “garota”. Para Luiz Cupelo, ter sua irmã como amante do secretário-geral era uma honra. Quando ela saiu de casa e foi morar com o amante, Cupelo viu que a chance de subir no Partido havia aumentado.


Entretanto, o fracasso da Intentona, com as prisões e os documentos apreendidos, fez com que os comunistas ficassem acuados e isolados em seus próprios aparelhos.


Nos primeiros dias de janeiro de 1936, “Miranda” e “Elza” foram presos em sua residência, na Avenida Paulo de Frontin, 606, Apto 11, no Rio de Janeiro. Mantidos separados e incomunicáveis, a polícia logo concluiu que a “garota” pouco ou nada poderia acrescentar aos depoimentos de “Miranda” e ao volumoso arquivo apreendido no apartamento do casal. Acrescendo os fatos de ser menor de idade e não poder ser processada, “Elza” foi liberada. Ao sair, conversou com seu amante que lhe disse para ficar na casa de seu amigo, Francisco Furtado Meireles, em Pedra de Guaratiba, aprazível e isolada praia da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Recebeu, também, da polícia, autorização para visitá-lo, o que fez por duas vezes.


Em 15 de janeiro, Honório de Freitas Guimarães, um dos dirigentes do PCB, ao telefonar para “Miranda” surpreendeu-se ao ouvir, do outro lado do aparelho, uma voz estranha. Só nesse momento, o Partido tomava ciência de que “Miranda” havia sido preso. Alguns dias depois, a prisão de outros dirigentes aumentou o pânico. Segundo o PCB, havia um traidor. E o maior suspeito era “Miranda”.


As investigações do “Tribunal Vermelho” começaram. Honório descobriu que “Elza” estava hospedada na casa do Meireles, em Pedra de Guaratiba. Soube, também, que ela estava de posse de um bilhete, assinado por “Miranda”, no qual ele pedia aos amigos que auxiliassem a “garota”. Na visão estreita do PCB, o bilhete era forjado pela polícia, com quem “Elza” estaria colaborando. As suspeitas transferiram-se de “Miranda” para a “garota”.


Reuniu-se o “Tribunal Vermelho”, composto por Honório de Freitas Guimarães, Lauro Reginaldo da Rocha, Adelino Deycola dos Santos e José Lage Morales. Luiz Carlos Prestes, escondido em sua casa da Rua Honório, no Méier, já havia decidido pela eliminação sumária da acusada. O “Tribunal” seguiu o parecer do chefe e a “garota” foi condenada à morte. Entretanto, não houve a desejada unanimidade: Morales, com dúvidas, opôs-se à condenação, fazendo com que os demais dirigentes vacilassem em fazer cumprir a sentença. Honório, em 18 de fevereiro, escreveu a Prestes, relatando que o delator poderia ser, na verdade, o “Miranda”.


A reação do “Cavaleiro da Esperança” foi imediata. No dia seguinte, escreveu uma carta aos membros do “Tribunal”, tachando-os de medrosos e exigindo o cumprimento da sentença. Os trechos dessa carta de Prestes, a seguir transcritos, constituem-se num exemplo candente da frieza e da cínica determinação com que os comunistas jogam com a vida humana:


“Fui dolorosamente surpreendido pela falta de resolução e vacilação de vocês. Assim não se pode dirigir o Partido do Proletariado, da classe revolucionária.” … “Por que modificar a decisão a respeito da “garota”? Que tem a ver uma coisa com a outra? Há ou não há traição por parte dela? É ou não é ela perigosíssima ao Partido…?” … “Com plena consciência de minha responsabilidade, desde os primeiros instantes tenho dado a vocês minha opinião quanto ao que fazer com ela. Em minha carta de 16, sou categórico e nada mais tenho a acrescentar…” … “Uma tal linguagem não é digna dos chefes do nosso Partido, porque é a linguagem dos medrosos, incapazes de uma decisão, temerosos ante a responsabilidade. Ou bem que vocês concordam com as medidas extremas e neste caso já as deviam ter resolutamente posto em prática, ou então discordam mas não defendem como devem tal opinião.”


Ante tal intimação e reprimenda, acabaram-se as dúvidas. Lauro Reginaldo da Rocha, um dos “tribunos vermelhos”, respondeu a Prestes:


“Agora, não tenha cuidado que a coisa será feita direitinho, pois a questão do sentimentalismo não existe por aqui. Acima de tudo colocamos os interesses do P.”


Decidida a execução, “Elza” foi levada, por Eduardo Ribeiro Xavier (”Abóbora”), para uma casa da Rua Mauá Bastos, Nº 48-A, na Estrada do Camboatá, onde já se encontravam Honório de Freitas Guimarães (”Milionário”), Adelino Deycola dos Santos (”Tampinha”), Francisco Natividade Lira (”Cabeção”) e Manoel Severino Cavalcanti (”Gaguinho”).


Elza, que gostava dos serviços caseiros, foi fazer café. Ao retornar, Honório pediu-lhe que sentasse ao seu lado. Era o sinal convencionado. Os outros quatro comunistas adentraram à sala e Lira passou-lhe uma corda de 50 centímetros pelo pescoço, iniciando o estrangulamento. Os demais seguravam a “garota”, que se debatia desesperadamente, tentando salvar-se. Poucos minutos depois, o corpo de “Elza”, com os pés juntos à cabeça, quebrado para que ele pudesse ser enfiado num saco, foi enterrado nos fundos da casa. Eduardo Ribeiro Xavier, enojado com o que acabara de presenciar, retorcia-se com crise de vômitos.


Perpetrara-se o hediondo crime, em nome do Partido Comunista.


Poucos dias depois, em 5 de março, Prestes foi preso em seu esconderijo no Méier. Ironicamente, iria passar por angústias semelhantes, quando sua mulher, Olga Benário, foi deportada para a Alemanha nazista.


Alguns anos mais tarde, em 1940, o irmão de “Elza”, Luiz Cupelo Colônio, o mesmo que auxiliara “Miranda” na tentativa de assassinato do “Dino Padeiro”, participou da exumação do cadáver. O bilhete que escreveu a “Miranda”, o amante de sua irmã, retrata alguém que, na própria dor, percebeu a virulência comunista:


“Rio, 17-4-40″
Meu caro Bonfim,
Acabo de assistir à exumação do cadáver de minha irmã Elvira. Reconheci ainda a sua dentadura e seus cabelos. Soube também da confissão que elementos de responsabilidade do PCB fizeram na polícia de que haviam assassinado minha irmã Elvira. Diante disso, renego meu passado revolucionário e encerro as minhas atividades comunistas.Do teu sempre amigo, Luiz Cupelo Colônio”.
 O texto foi copiado do site do Reinaldo Azevedo, que o pegou no site www.ternuma.com.br. Eu o copiei aqui porque esse tipo de infâmia deve ser divulgada. Essa história também é contada no livro Elza, A Garota