quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Vergonha, Vergonha


Nesse mês morreu Orlando Zapata Tamayo. O crime dele foi dizer o que pensa, por isso foi condenado a trinta anos de prisão pelos senhores que estão na foto acima. Após passar 7 anos em uma prisão cubana, provavelmente sendo torturado, decidiu fazer uma greve de fome, como represália o diretor da prisão cortou a água de Orlando Zapata Tamayo, que morreu de falência nos rins no dia 23 de fevereiro.

Quando Lula e a cúpula do Brasil se colocam junto com os assassinos de Orlando Zapata Tamayo como se estivessem na Disney fotografando o pateta eles ofendem todos aqueles que lutam contra a tirania, ele envergonha o estado brasileiro.

Não vai haver filme estrelado pelo Benício Del Toro sobre Orlando Zapata Tamayo, o Chico Buarque não vai fazer canções para a mãe dele, o Saramago não vai se indignar com a sua morte, porque para os intelectuais a pessoa que morre não é importante, a única morte que lhes interessa é a morte que é favorável à causa que eles defendem.


 

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

O Diabo Veste Varca

"O Diabo Veste Varca" é um filme sobre um jovem cozinheiro magro que é maltratado pelo seu chefe gordo.

terça-feira, fevereiro 16, 2010

Lixo Americano

Marco Aurelio Garcia, assessor do Lula e coordenador da campanha da Dilma Russef, disse que precisamos combater o lixo Americano que vem pela TV à cabo.

Hoje assisti um episódio de "Law & Order" na qual a promotoria processa um membro fictício do governo Bush por conspiração criminosa devido as torturas e lá pela tantas o promotor diz: "Não pode ser considerado traição o povo exigir o mais alto padrão moral de seus governantes". Acho que o governo do PT acha esse tipo de afirmação incompatível com os seus valores morais, afinal toda vez que alguém do governo, ou um alguém próximo do governo, rouba, esconde dinheiro na cueca ou tem a pensão da amante paga por uma empreiteira começam as acusações contra a imprensa golpista, contra a oposição golpista, etc.

Opnião sobre Lentes

A nikon 18-105 VR, a lente que vem com o kit da Nikon D90, é muito boa para tirar fotos de flores, ela é uma telezoom razoável que permite uma boa aproximação (0.45m). Já a 70-300 VR é excelente para tirar fotos de pássaros e pequenos animais devido a grande distância focal, porém a aproximação mínima é de 1.37m. Para retratos a 50mm f1.4 é fantástica,  a pequena profundidade de campo gera imagens impressionantes, não é preciso nem se esforçar muito, basta acertar o foco.

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Sem medo do passado, por Fernando Henrique Cardoso


Copio Abaixo o Texto do Fernando Henrique Cardoso que foi publicado no Estadão do dia 7/2/2010:

O presidente Lula passa por momentos de euforia que o levam a inventar inimigos e enunciar inverdades. Para ganhar sua guerra imaginária, distorce o ocorrido no governo do antecessor, autoglorifica-se na comparação e sugere que se a oposição ganhar será o caos. Por trás dessas bravatas está o personalismo e o fantasma da intolerância: só eu e os meus somos capazes de tanta glória. Houve quem dissesse “o Estado sou eu”. Lula dirá, o Brasil sou eu! Ecos de um autoritarismo mais chegado à direita.

Lamento que Lula se deixe contaminar por impulsos tão toscos e perigosos. Ele possui méritos de sobra para defender a candidatura que queira. Deu passos adiante no que fora plantado por seus antecessores. Para que, então, baixar o nível da política à dissimulação e à mentira?

A estratégia do petismo-lulista é simples: desconstruir o inimigo principal, o PSDB e FHC (muita honra para um pobre marquês...). Por que seríamos o inimigo principal? Porque podemos ganhar as eleições. Como desconstruir o inimigo? Negando o que de bom foi feito e apossando-se de tudo que dele herdaram como se deles sempre tivesse sido. Onde está a política mais consciente e benéfica para todos? No ralo.

Na campanha haverá um mote – o governo do PSDB foi “neoliberal” – e dois alvos principais: a privatização das estatais e a suposta inação na área social. Os dados dizem outra coisa. Mas os dados, ora os dados... O que conta é repetir a versão conveniente. Há três semanas Lula disse que recebeu um governo estagnado, sem plano de desenvolvimento. Esqueceu-se da estabilidade da moeda, da lei de responsabilidade fiscal, da recuperação do BNDES, da modernização da Petrobras, que triplicou a produção depois do fim do monopólio e, premida pela competição e beneficiada pela flexibilidade, chegou à descoberta do pré-sal. Esqueceu-se do fortalecimento do Banco do Brasil, capitalizado com mais de R$ 6 bilhões e, junto com a Caixa Econômica, libertados da politicagem e recuperados para a execução de políticas de Estado. Esqueceu-se dos investimentos do programa Avança Brasil, que, com menos alarde e mais eficiência que o PAC, permitiu concluir um número maior de obras essenciais ao país. Esqueceu-se dos ganhos que a privatização do sistema Telebrás trouxe para o povo brasileiro, com a democratização do acesso à internet e aos celulares, do fato de que a Vale privatizada paga mais impostos ao governo do que este jamais recebeu em dividendos quando a empresa era estatal, de que a Embraer, hoje orgulho nacional, só pôde dar o salto que deu depois de privatizada, de que essas empresas continuam em mãos brasileiras, gerando empregos e desenvolvimento no país.

Esqueceu-se de que o país pagou um custo alto por anos de “bravata” do PT e dele próprio. Esqueceu-se de sua responsabilidade e de seu partido pelo temor que tomou conta dos mercados em 2002, quando fomos obrigados a pedir socorro ao FMI – com aval de Lula, diga-se – para que houvesse um colchão de reservas no início do governo seguinte. Esqueceu-se de que foi esse temor que atiçou a inflação e levou seu governo a elevar o superávit primário e os juros às nuvens em 2003, para comprar a confiança dos mercados, mesmo que à custa de tudo que haviam pregado, ele e seu partido, nos anos anteriores.

Os exemplos são inúmeros para desmontar o espantalho petista sobre o suposto “neoliberalismo” peessedebista. Alguns vêm do próprio campo petista. Vejam o que disse o atual presidente do partido, José Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobras, citado por Adriano Pires, no Brasil Econômico de 13/1/2010. “Se eu voltar ao parlamento e tiver uma emenda propondo a situação anterior (monopólio), voto contra. Quando foi quebrado o monopólio, a Petrobras produzia 600 mil barris por dia e tinha 6 milhões de barris de reservas. Dez anos depois, produz 1,8 milhão por dia, tem reservas de 13 bilhões. Venceu a realidade, que muitas vezes é bem diferente da idealização que a gente faz dela”.

O outro alvo da distorção petista refere-se à insensibilidade social de quem só se preocuparia com a economia. Os fatos são diferentes: com o Real, a população pobre diminuiu de 35% para 28% do total. A pobreza continuou caindo, com alguma oscilação, até atingir 18% em 2007, fruto do efeito acumulado de políticas sociais e econômicas, entre elas o aumento do salário mínimo. De 1995 a 2002, houve um aumento real de 47,4%; de 2003 a 2009, de 49,5%. O rendimento médio mensal dos trabalhadores, descontada a inflação, não cresceu espetacularmente no período, salvo entre 1993 e 1997, quando saltou de R$ 800 para aproximadamente R$ 1.200. Hoje se encontra abaixo do nível alcançado nos anos iniciais do Plano Real.

Por fim, os programas de transferência direta de renda (hoje Bolsa-Família), vendidos como uma exclusividade deste governo. Na verdade, eles começaram em um município (Campinas) e no Distrito Federal, estenderam-se para Estados (Goiás) e ganharam abrangência nacional em meu governo. O Bolsa-Escola atingiu cerca de 5 milhões de famílias, às quais o governo atual juntou outras 6 milhões, já com o nome de Bolsa-Família, englobando em uma só bolsa os programas anteriores.

É mentira, portanto, dizer que o PSDB “não olhou para o social”. Não apenas olhou como fez e fez muito nessa área: o SUS saiu do papel à realidade; o programa da aids tornou-se referência mundial; viabilizamos os medicamentos genéricos, sem temor às multinacionais; as equipes de Saúde da Família, pouco mais de 300 em 1994, tornaram-se mais de 16 mil em 2002; o programa “Toda Criança na Escola” trouxe para o Ensino Fundamental quase 100% das crianças de sete a 14 anos. Foi também no governo do PSDB que se pôs em prática a política que assiste hoje a mais de 3 milhões de idosos e deficientes (em 1996, eram apenas 300 mil).

Eleições não se ganham com o retrovisor. O eleitor vota em quem confia e lhe abre um horizonte de esperanças. Mas se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a temer.